Brincando no ar

Quem não gostaria de andar no ar, de flutuar, de brincar de cair sem se machucar, de usar nossos corpos para moldar tempo e espaço? É nisso tudo e mais um pouco que o artista argentino Tomás Saraceno se baseou para montar sua ‘On Space Time Foam’ ou como o próprio artista a referencia, ‘la lasagna’. Uma mistura de física quantica e arte que propõe três camadas de membranas maleáveis suspensas a 25m do chão, nas quais voltamos a ser criança. Inteligente, intrigante, facinante!

Playing on the air

Who has never wished to walk on the air, to float, to play of falling without getting hurt, to use her/his body to shape time and space? Argentinian artist Tomás Saraceno relied on that wishes and a bit more to build ‘On Space Time Foam’, or, as the artist calls, ‘la lasagna’. A mix of quantic physics and art which proposes three layers of malleable membranes 25-metres above ground, where people feel like back to their childhood. Intelligent, intriguing, fascinating!

  

Até 3 de  Fevereiro 2013
Tomás Saraceno: On Space Time Foam
HangarBicocca
Via Privata Chiese 2, Milan

Postado por Taícia

Becos= pessoas + arte

Amo arte de rua. Sim às vezes elas sujam e degradam. Mas uma iniciativa em Melborne, na Austrália, me fez pensar que talvez pensamos que sujam e degradam porque normalmente só as vemos como poluição. Em Melborne, movimentos inspirados pela arte de rua do Reino Unido se  tornaram populares em torno do ano 2000. Stencils, posters e outras formas de expressão se somaram às paredes sem vida de becos, estações de trem e aonde mais fosse possível criá-las.  Logo, galerias, poder público e privado começaram a olhar com outros olhos para a ‘poluição’. Embora o debate a respeito do que é arte ou não ainda exista, o valor desses trabalhos nos espaços públicos como promotor de cultura, na percepção de lugar e identidade é claro.  Os esquecidos becos, sem vida, renascem , ao democratizar arte e atrair pessoas. Cafés, lojas, restaurantes e músicos também foram atraídos para os becos e contribuem para que Melbourne seja hoje reconhecida por esses espaços, talvez muito mais, do que porque qualquer outra grande obra. É reconhecida porque pessoas, arte e cultura estão tomando conta do espaço público, o mantendo vivo. Vamos viver mais nas ruas!!!!?

Laneways= people+art

I love street art. Sometimes they dirty and degrade the city. But an initiative in Melbourn, Autralia, made me think perhaps we consider they dirty and degrade because we only understand them as pollution. In Melbourn, the inspiration came from UK around the year 2000. Stencils, posters and other kinds of expression were summed to graffiti on the lifeless walls of the laneways, train stations and where else more it could be created. Soon, galleries, public and private parties changed the way they looked to that ‘pollution’. Even though there is still a debate regarding whether it is art, the city of Melbourn recognizes these works in the public domain has the capacity to create an unique sense of culture, place and identity. The forgotten laneways, lifeless, came to life once they democratize art and attract people. Cafes, shops, restaurants and musicians were also attracted to the laneways and contribute to the international recognition of Melbourn because of these areas, probably rather than any other remarkable building. The city is recognized because people, art and culture are taking care of the public space, keeping it live. So, lets live more on the streets!!!?

 

Brilhante e Terrível

Quando vim à Berlin pela primeira vez fui direto ao museu Judaico. Ele estava fechando, mas senti a necessidade urgente de voltar no dia seguinte. Voltei e me impressionei. Uma arquitetura que faz com que você se sinta, como eu nunca pude imaginar, no holocausto, no exilio e repleto de incertezas a respeito da continuidade das nossas vidas. Final de semana passado voltei mais uma vez. Senti tudo de novo, no holocausto, exilada e incerta a respeito da vida. Decidi que iria além e andaria sobre a brilhante e terrível obra de Menashe Kadishman. Shalekhet (Folhas caidas) preenche com 10,000 faces de metal um dos vazios deixados por Daniel Libeskind em memória dos mortos durante o holocausto. Ao caminhar sobre as faces fazemos com que elas ganhem voz. Mas as vozes gritam, choram e ecoam no vazio e nos fazem sentir a cada passo a dor e o drama de cada folha caída. Brilhante e terrivel. Impressionante sentir como arquitetura e arte são capazes de nos posicionar em um mundo que não conhecemos, nos fazendo refletir ao ‘calçar o sapato do outro’.
When I visited Berlin for the first time I went straight to the Jewish Museum. It was closing but I felt the urgent need to return the next day. I went back and was impressed. The architecture made me feel as I counld never imagine, in the Holocaust, in the exile and full of uncertains about the continuity of my life. Last weekend I returned once more. I felt everything again. In the Holocaust, exile and the uncertanties. I decided I would go further and step upon the brilhant and terrible installation by Menashe Kadishman. Shalekhet (Fallen Leaves) occupy with 10,000 metal faces one of the voides left by Daniel Libeskind in memory of the dead during the Holocaust. When walking on the faces they gained voice. But the voices were screaming, crying and echo in the emptiness and made me feel at every step the pain and drama of each fallen leave. Brilhant and terrible. Impressive to feel how architecture and art are able to position us in a world we do not know, making us reflect by ‘wearing the shoes of others’.
Link exposição permanente: Shalekhet – Fallen Leaves

Postado por: Taícia

Arquitetura em Portugal

É sempre uma aventura quando começo a planejar uma viagem e a dessas férias não foi diferente. Nunca estive em Portugal portanto saí em busca de guias e aplicativos para iphone e ipad para facilitar minha vida em terras lusitanas.

Uma grata descoberta foi o aplicativo Architectural Guide Portugal, para saber mais sobre os guias entre aqui “Guias de Arquitectura” . O escritório português Traço Alternativo Arquitectos Associados é o responsável por listar as obras de arquitetura contemporânea de Portugal. O texto de apresentação é do incrível Álvaro Siza, muitas obras do guia são de Siza e outros importantes arquitetos portugueses.

No aplicativo pode-se buscar as obras por autor, localidade, função e outros.

Para quem acha que Portugal se resume em apenas construções históricas antigas essa é uma excelente ferramenta para conhecer uma outra Portugal.

 

Postado por: Tatiana

 

Mosteiro de Santa Clara – a velha

Um dos passeios que mais gosto é visitar locais históricos que passaram por alguma intervenção contemporânea. Foi uma grata surpresa nossa visita ao Mosteiro de Santa Clara – a velha, em Coimbra. Entramos sem planejar e o que encontramos foi um projeto de recuperação e arqueologia lindíssimo.

A história deste local tem início em 1314, situado às margens do rio Mondego o Mosteiro sofreu inúmeras enchentes ao longo dos séculos e em 1677 foi transferido para um novo local mais elevado e distante do rio. A partir desse momento o Mosteiro passou alagado e abandonado até 1995 quando o processo de recuperação teve início com o rebaixamento do lençol freático através do bombeamento constante da água.

Hoje, com projeto de Alexandre Alves Costa, Luis Urbano e Sérgio Fernandez o Mosteiro conta com um prédio novo (foto 1) paralelo à igreja antiga onde ficam situados a entrada, a área expositiva, banheiros, café e administração. Os acessos são feitos por rampas de concreto e passarelas de deck de madeira elevadas do solo que conduzem o visitante por um circuito à ser seguido (foto 2).

Dentro da igreja foi instalado um piso elevado de aço cortem (foto 3) que proporciona a colocação de rampas de acesso e equipamentos de iluminação sem nunca interferir na construção original.

No pátio escavado ao lado da igreja estão as instalações do antigo clausto e pátios. (foto 4)

Para saber mais acesse o site do Mosteiro: http://santaclaraavelha.drcc.pt/

 

Postado por: Tatiana

Alfredo Jaar – The way it is. An Aesthetics of Resistance

Sou uma pessoa absolutamente visual e surda (surda não de verdade, mas sou). Nunca achei que a ausência de imagens e a presença de palavras pudessem falar tão alto aos meus olhos sempre abertos e ouvidos surdos.
Isso é o que Alfredo Jaar faz em ‘The way it is. An Aesthetics of Resistance’.
I am totally visual and deaf (not really deaf, but I am). I have never imagined the absence of images and presence of words would be able to talk so loud to my, always, open eyes and deaf ears. This is exactly what Alfredo Jaar does in’The way it is. An Aesthetics of Resistance’.
Exposição cooperativa que acontecerá nesses três locais em Berlin.
NGBK: 15 June – 19 August 2012
Berlinische Galerie: 15 Juni – 17 September 2012
Alte Nationalgalerie: 15 Juni – 16 September 2012
Postado por: Taícia
Taícia Marques é arquiteta, urbanista e paisagista e atualmente mora, trabalha e se diverte em Berlin.