exposição Viagem através do desenho

No dia dos professores quem ganha o presente sou eu indo à exposição dos desenhos lindos e delicados de Vinicius Pellegrino. E toda vez que os vejo volto num tempo que sequer vivi, num outro ritmo, numa outra memória. Me remonto aos livros, à história e ao passado para continuar desenhando hoje em dia.

Exposição: Viagem através do desenho

15 outubro a 31 outubro

Palácio 9 de Julho, Assembléia Legislativa, Espaço Cultural Candido Portinati (Mezanio Ibirapuera)

Postado por: Antonio

inspiração do dia

Postado por: Antonio

Concurso: Paço Municipal de Várzea Paulista

Concurso para a Prefeitura de Várzea Paulista, projeto idealizado em parceria com os incríveis Diego Almeida e Paula Bianchi, ano 2012.

 

Arquitetura é cidade, é idade, sociedade. Mais do que volume, fachadas, cortes, tecnologia, ou mesmo espaço é componente ativo, participativo.

Cidade é arquitetura em movimento, lugar onde move-se o vento, bem lento, ao som da música do cotidiano carregado de muitas batalhas e algumas conquistas.

Construir cidade, uma cidade que seja crível converte-se cada vez mais em algo difícil. Às vezes a que se percorrer um longo caminho, quase jornada. E no meio desse percurso, dessa (ou de qualquer outra) cidade, descobre-se a chave de um mundo complexo. Descobre-se a fascinação e o encantamento da mistura de ciências, humanidades e religião, escultura e pintura, bênçãos e crendices, beleza e feiúra. Descobre-se que o que parecia feio num primeiro olhar tem uma beleza pura. Pura e simples beleza. Descobre-se também a beleza de querer fazer uma cidade.

Nossa cidade projetada aqui nasce como símbolo de um território maior, nasce como ágora, como espaço da formação de assembléias e celebração da justiça. Nasce com uma linha costurando comércio e teatro, compra e troca, passando por uma praça, uma arena por entre lâminas com luz, ora agindo como lamparina, guia e farol de respostas, ora como berço iluminado de questionamentos e possibilidades. Uma linha costurada, sem fim nem começo, pelas ações do homem no seu dia a dia, nos seus afazeres e nas suas vontades e necessidades. Do comércio nasce a passarela que adentra no poder e percorre até a entrada do teatro que receberá, em sua empena, um telão com as ações de uma prefeitura que nasce para se abrir.

Nossa cidade cria espaço para ação e reação. Tem o dever de ser urbana, assim como o dicionário mesmo nos diz: relativa à cidade, própria da cidade, figura cortes, polida. E deve ser afável, não ter porta, nem muro, nem entrada, nem grandes e imponentes fachadas. Deve ser símbolo mas não deve ser elemento fechado em si mesmo. Deve (e tem) precisas aberturas em suas lâminas capazes de transformar a visão da cidade a partir dela. E quando o lugar é o fundamento, e de fato no projeto ele é, a arquitetura torna-se transformação do que está dado. A partir disto toda a articulação de uma convocatória à cidadania se dá por uma praça e uma rua, um ponto e uma reta, um espaço de permanência e outro de circulação. Livre, leve e simples assim.

E seu grande articulador espacial realmente é a reta. Local genuinamente público. Local do caminho, da procissão, do sacrifício mas também da transformação e das trocas humanas. Local público, convidativo, desafiador, organizacional, conceitual. Afinal é na fixação de um conceito que por magia (do deus-público, talvez) a cidade se torna mais plástica, a memória assume o comando e o espaço deixa de existir. Para cada vez mais permitir. Permitir mudanças em vidas feitas pela cultura. Nada mais cultural, simbólico e eloquente do que uma cidade e suas praças e ruas. E nada mais perene do que a imagem construída do silêncio de uma rua, morada do coletivo, como aceitação e integração do destino de uma cidade.

 

“é estranho que de um discurso deva resultar o silêncio, no sentido de serenidade e disponibilidade – mas é assim.” Álvaro Siza.

 

Postado por: Antonio

inspiração do dia

Postado por: Antonio

desenho: voa amor

Desenho em papel canson, aquarela e canela preta.

Postado por: Antonio

De Shakespeare à ‘paisagem de emoções’

Em seu novo trabalho, Rootless Forest (floresta sem raízes), Beth Derbyshire se inspirou em Shakespeare e nos refugiados afegãos assentados no Reino Unido. Inspirada pela floresta em movimento (moving forest), descrita por Shakespeare em Macabeth, árvores foram plantadas na carcaça de um barco e representam o espaço transicional entre passado e futuro. A artista propicia uma “paisagem de emoções” aonde os visitantes podem ouvir relatos gravados por pessoas e comunidades vindas de áreas de conflito. O movimento poético da’ paisagem de emoções’ seguirá pelos canais de Birminghan e Walsall assim como os refugiados um dia viajaram à busca de um “novo lar”. A floresta sem raíz então, finalmente encontrará sua nova casa. As árvores serão plantadas e desenvolverão suas raízes no solo escolhido celebrando a evolução das comunidades afetadas por conflitos. Simplesmente lindo!
From Shakespeare to the emotional landscape
On her new work, Rootless Forest, Beth Derbyshire was inspired by Shakespeare as well by the afghan communities settled in UK. Inspired by the moving forest, described by Shakespeare in Macabeth, an old boat was planted with trees and represents a transitional space moving between past and future. The artist provides people with an emotional landscape where people experiences, recorded from communities affected by conflicts, can be heard. The poetic movement of the moving rootless landscape will follow the canals of Birminghan and Walsall as well as refugees once traveled looking for a ‘new home country’. The rootless forest will then, finally find a new home. They will be planted and raised permeating their roots in the chosen soil while celebrate the evolving communities affected by conflicts. Simply beautiful!

[vimeo clip_id=”48437496″ width=”500″ height=”375″]

Onde:
beth derbyshire: the rootless forest
the new art gallery walsall canal basin
september 20th through october 7th
open daily 10am- 5pm
Postado por: Taícia

Exposição: Le Corbusier, América do Sul 1929

Os desenhos de Le Corbusier voltaram para o Brasil. Ele, o arquiteto, veio a São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Montevidéu em 1929 para pensar em cidades. E acho que não somente nessas mas em todas as cidades. Vendo-as de cima pela primeira vez, Corbusier se distanciou da Europa, das pessoas, da terra e de tudo para pensar como ninguém havia pensado antes. E levitou para desenhar enormes poesias a bordo de papel e carvão. Pensava metros acima da gente e vendo-os ao vivo hoje pela primeira vez vejo que continua pensando com uma distância que nunca ninguém alcançará.

 

Vale cada segundo, cada desenho, cada olhar. Mesmo olhando ainda de baixo.

Exposição: Le Corbusier, América do Sul 1929. Centro Universitário Maria Antonia, até 21 de outubro, de terça a sexta das 10 às 21 e sábado e domigo das 10 às 18.

 

Postado por: Antonio

dance para mim

quando eu mais quiser, quando você menos precisar. Dance para mim daquele jeito belo e desesperado, com toda a pressa e vontade eterna do segundo mais rápido do mundo. E eu ficarei anos depois para reconstruir esse instante. Anos reconstruindo em minha mente quase doentia os movimentos bobos e aleatórios que você fez, sem querer querendo, para mim, só para mim.

Dance porque é assim que nos conhecemos e é assim que você fica mais perto do meu mundo. Porque, ao contrário do que todo mundo sempre pensa, felicidade não é viver uma grande paixão mas ter alguém que te faça sorrir com passos desengonçados e quase nenhum ritmo.

Porque só na dança eu, primeira pessoa do singular, vejo você, primeira pessoa que penso quando estou feliz. Só nela e com ela eu consigo, mesmo somente olhando, participar de um momento íntimo e intransferível. Porque eu-chão, seu-chão, não tenho como não amar seus pés firmes encima de mim. Somos a equação fácil do amor do solo com a árvore, do ritmo com a vontade de se mexer, do óbvio feijão com o arroz e da deliciosa piscadinha com o sorriso mais terno e doce que existe.

Dance olhando para baixo, fechando os olhos de leve, mexendo os braços fazendo-os desenhar o ar. Dance trocando os pés de lugar, rabiscando o mundo num mapa imaginário onde só tem sentido se você e eu, vez ou outra, nos esbarrarmos por ai. Dance aquela música indie estranha, que todo mundo só vai se acostumar com sua sonoridade daqui a um ano ou mais, porque você tem o movimento como tema e usa com isso o compasso da leveza quando quer me conquistar.

E quando eu ficar doente, dance ao pé da minha cama. E quando o mundo gritar com você, responda com o mais suave e decidido gesto de braços e pernas e cabeça e ombros e barriga e pescoço e dedos e pele e pelos. Porque é disso que o mundo precisa e é isso que eu espero de você.

E dance para mim quando acabar o nosso amor,

dance para mim para passar a minha dor,

dance sem precisar ser feliz,

sem motivo, dance, apenas dance.

 

E se eu fosse Nora Ephron faria um filme sobre você dançando. Mas não sou. Fico assim com o pedido cabal e fatal, pela última vez: dance para mim. Só para mim.

nota: fui assistir ao filme da Madonna, W.E., que não é da Nora Ephron, mas isso pouco importa. Sai de lá só pensando em dançar. E é assim que vai ser.

 

texto piblicado no malvadezas

Postado por: Antonio

Móvel bexiga, Revestir2011

A Revestir 2011 propôs que os materiais de acabamento saissem de seu lugar comum no evento promovido na Casa Glamurama. E foi assim que o Estúdio Xingu fez um piso voar com balões, luz e linhas delicadas porque quando o chão sai do lugar, tudo muda. E a base subiu para receber novas ideias e pequenas poesias. Porque o que sustenta de verdade a gente é poesia e não chão.

Ano de execução: dez/2010.

parceira com o Estúdio Xingu.

 

Postado por: Antonio

inspiração do dia

 

Postado por: Antonio