inspiração do dia

Postado por: Antonio

Desenho: céu e linhas

Desenho em papel manteiga, lápis aquarelado e caneta preta.

Postado por: Antonio

a casa do oscar

Quero projetar como Chico escreve. Que sempre quis cantar como Oscar projeta.

 

A casa do Oscar era o sonho da família. Havia o terreno para os lados da Iguatemi, havia o anteprojeto, presente do próprio, havia a promessa de que um belo dia iríamos morar na casa do Oscar. Cresci cheio de impaciência porque meu pai, embora fosse dono do Museu do Ipiranga, nunca juntava dinheiro para construir a casa do Oscar.

Mais tarde, num aperto, em vez de vender o museu com os cacarecos dentro, papai vendeu o terreno da Iguatemi. Desse modo a casa do Oscar, antes de existir, foi demolida. Ou ficou intacta, suspensa no ar, como a casa no beco de Manuel Bandeira.

Senti-me traído, tornei-me um rebelde, insultei meu pai, ergui o braço contra minha mãe e sai batendo a porta da nossa casa velha e normanda: só volto para casa quando for a casa do Oscar! Pois bem, internaram-me num ginásio em Cataguazes, projeto do Oscar.

Vivi seis meses naquale casarão do Oscar, achei pouco, decidi-me a ser Oscar eu mesmo. Regressei a São Paulo, estudei geometria descritiva, passei no vestibular e fui o pior aluno da classe. Mas ao professor de topografia, que me reprovou no exame oral, respondi calado: lá em casa tenho um canudo com a casa do Oscar.

Depois larguei a arquitetura e virei aprendiz de Tom Jobim. Quando a minha música sai boa, penso que parece música do Tom Jobim. Música do Tom, na minha cabeça, é a casa do Oscar.

Postado por: Antonio

Festa: Festa de Abertura do Fashion Rio, com Estúdio Xingu

Em parceria com talentoso e amigo Estúdio Xingu, o projeto para ambientação da festa de abertura do Fashion Rio – Tropicália fez guardas chuvas choverem delicadamente dos galpões da Marina da Gloria construindo um poema cheio de formas, texturas, cores letras e tamanhos. Porque recriar a construção de batmacumba é para poucos.

 

batmacumbaieiê batmacumbaobá

batmacumbaieiê batmacumbao

batmacumbaieiê batmacumba

batmacumbaieiê batmacum

batmacumbaieiê batman

batmacumbaieiê bat

batmacumbaieiê ba

batmacumbaieiê

batmacumbaie

batmacumba

batmacum

batman

bat

ba

bat

batman

batmacum

batmacumba

batmacumbaieiê

batmacumbaieiê ba

batmacumbaieiê bat

batmacumbaieiê batman

batmacumbaieiê batmacum

batmacumbaieiê batmacumba

batmacumbaieiê batmacumbao

batmacumbaieiê batmacumbaobá

 

Ano de execução: 2011.

 

Postado por: Antonio

inspiração do dia

Postado por: Antonio

Cor do céu

Eu ando pela cidade meio perdido, meio olhando para o céu.

Eu ando pela cidade cinza, procurando poesias desenhadas em suas paredes sujas e rabiscadas pelos sprays pretos comprados a vinte reais na loja da esquina. Naquela esquina da loja estranha e feia, com texturas coloridas mais feias e mais estranhas que a loja feia insiste estranhamente em vender.

Meio perdido na cidade que pouco se acha, me acho de vez em quando olhando para o céu. E comigo, a cada passo que dou, me fazendo companhia nessa cidade sozinha, vou com palavras que vão surgindo em seus caminhos sinuosos e secretos. Em seu percurso longo e conhecido, todo dia sempre igual, crio a rotina de procurar a cada dia, cada dia sempre igual, novas palavras sinuosas e longas nessa cidade estranha, suja e cinza toda vez que ando meio perdido, meio olhando para o céu.

E como em um texto solitário e angustiado eu sozinho fico andando por ai nessa cidade de duzentos bilhões de pessoas. E ela vai me dando companhia através de desenhos feitos pela luz nos recortes desse céu difícil de ser visto. Duzentos bilhões de pessoas amontoadas em prédios sujos e rabiscados com sprays que escondem, vez ou outra, meu companheiro céu quando ando meio perdido pela cidade.

Perdido. Fico cada dia mais perdido nela que sabe exatamente o que é. Sem se definir, ela vai se criando e se formando. Definida por sua não definição, a cidade me deixa perdido, e perdido me acho no redemoinho da perdição de um lugar com luzes que rendam o chão rabiscado de sujeiras e palavras produzidas e pensadas para e por ela, por duzentos bilhões de pessoas que moram amontoados em prédios que escondem seu céu.

E me sinto tão forte por ser perdido, por cada dia encontrar uma sujeira conhecia e outra nova nas poucas vezes que não olho para cima, que me acho nessa cidade que se perde em suas bilhões de definições.

Essa é a rotina que faz eu me achar em momentos que procuro palavras soltas em curvas duras de suas longas e sinuosas ruas. Rotina de uma cidade de duzentos bilhões de habitantes, muitos perdidos como eu, que se acham na sua estranheza e em seus incontáveis tons de cinza, tantos quanto as palavras e luzes perdidas dessa cidade com bilhões de ruas longas, sujas e rabiscadas.

E eu ando sempre do mesmo lado da calçada, essa é a minha rotina. E olho sempre para o céu, meio perdido na cidade construída que constrói, a cada passo meu, mais definições e desenhos com as luzes feitas pelos seus prédios altos para bilhões de pessoas morarem nela quando tapam o seu céu.

Às vezes mudo de lado da rua que todo dia passo. Que todo dia passo e faço sempre igual olhando para o céu de uma cidade definida sem definição. Às vezes mudo de lado da rua que todo dia passo para que um novo céu se abra. E uma nova cor no meu novo céu se cria nessa cidade que não cansa de não ter definição.

 

texto publicado no malvadezas.

Postado por: Antonio

 

Croquis em Guardanapo

O Instituto Tomie Ohtake receberá, de quinta, dia 28 de junho a domingo, dia 01 de julho, a exposição Croquis em Guardanapo. Os arquitetos Álvaro Puntoni, Angelo Bucci, Antônio Malícia, Artur Katchborian, Carlos Bratke, Cláudio Libeskind, Décio Tozzi, Edson Elito, Eduardo de Almeida, Eduardo Longo, Fernando Brandão, Fernando Forte, Francisco Fanucci, Francisco Spadoni, Gian Carlo Gasperini, Gianfranco Vannucchi, Gilberto Belleza, Gustavo Cedroni, Gustavo Penna, Hector Vigliecca, José Ricardo Basiches, José Tabith, Lourenço Gimenes, Luiz Felipe Aflalo, Luiz Fernando Rocco, Marcelo Ferraz, Marcelo Morettin, Marcio Kogan, Marcos Acayaba, Marcos Aldrighi, Marcos Boldarini, Mário Biselli, Mario Figueiroa, Martin Corullon, Maurício Mendonça, Mauro Munhoz, Renato Dal Pian, Roberto Aflalo, Roberto Loeb, Rodrigo Marcondes Ferraz, Rogério Batagliesi, Ruy Ohtake, Sidônio Porto, Siegbert Zanettini e Vinicius Andrade nos apresentação seus pensamentos rápidos em guardanapos de botecos, aqueles mesmos que muitas vezes sacamos uma caneta para explicar para o amigo as agruras e conquistas que só o próximo projeto nos proporciona.

 

 

Postado por: Antonio

Casa Bola

A cidade como lugar habitado não estaria vinculada à acepção do espaço genérico, sem forma, sem dono, inóspito, indeterminado. Seria o lugar da unidade na diversidade, abrigo de uma pluralidade de identidades só possível de ser imaginado através da superação da diversidade dos habitantes em favor desta unidade: a cidade como abrigo da humanidade. A noção de casa como lugar identitário poderia se vincular à ideia de habitar a cidade, já que o termo habitar está a ela fortemente ligado; a casa como símbolo do abrigo, da proteção, formada a partir dos desejos do habitante. E foram 6 anos, de 1973 a 1979, que Eduardo Longo desenvolveu seu trabalho de pesquisa sui generis sobre o exercício de pensar o morar em uma cidade.

Postado por: Antonio

 

Filipe Castro

A voz é linda e o coração sangra na garganta de Filipe Castro a cada nota e palavra dita. E o álbum chama Fôlego. Exatamente o que a gente precisa ter para ouvi-lo em meio a choros líricos e lindos.

http://www.youtube.com/watch?v=o5vkuY4g8vs&feature=player_detailpage

Postado por: Antonio

Conferência Cidade Contemporânea

Dia 20, no Auditório Rui Barbosa da Universidade Presbiteriana Mackenzie (Rua Itambé, 135, Higienópolos, São Paulo). rolará o ciclo de conferências Cidade Contemporânea com Jan Gehl e Enrique Peñalosa.

Das 10hs às 12hs, Gehl, de Copenhague/Dinamarca falará sobre Cidades para pessoas e das 14hs às 16hs, Peñalosa de Bogotá/Colômbia falará sobre Transporte, inclusão e cidadania.

Maiores informações: 2114 8313 ou 2114 8792.

Postado por: Antonio