A Revestir 2011 propôs que os materiais de acabamento saissem de seu lugar comum no evento promovido na Casa Glamurama. E foi assim que o Estúdio Xingu fez um piso voar com balões, luz e linhas delicadas porque quando o chão sai do lugar, tudo muda. E a base subiu para receber novas ideias e pequenas poesias. Porque o que sustenta de verdade a gente é poesia e não chão.
É sempre uma aventura quando começo a planejar uma viagem e a dessas férias não foi diferente. Nunca estive em Portugal portanto saí em busca de guias e aplicativos para iphone e ipad para facilitar minha vida em terras lusitanas.
Uma grata descoberta foi o aplicativo Architectural Guide Portugal, para saber mais sobre os guias entre aqui “Guias de Arquitectura” . O escritório português Traço Alternativo Arquitectos Associados é o responsável por listar as obras de arquitetura contemporânea de Portugal. O texto de apresentação é do incrível Álvaro Siza, muitas obras do guia são de Siza e outros importantes arquitetos portugueses.
No aplicativo pode-se buscar as obras por autor, localidade, função e outros.
Para quem acha que Portugal se resume em apenas construções históricas antigas essa é uma excelente ferramenta para conhecer uma outra Portugal.
Um dos passeios que mais gosto é visitar locais históricos que passaram por alguma intervenção contemporânea. Foi uma grata surpresa nossa visita ao Mosteiro de Santa Clara – a velha, em Coimbra. Entramos sem planejar e o que encontramos foi um projeto de recuperação e arqueologia lindíssimo.
A história deste local tem início em 1314, situado às margens do rio Mondego o Mosteiro sofreu inúmeras enchentes ao longo dos séculos e em 1677 foi transferido para um novo local mais elevado e distante do rio. A partir desse momento o Mosteiro passou alagado e abandonado até 1995 quando o processo de recuperação teve início com o rebaixamento do lençol freático através do bombeamento constante da água.
Hoje, com projeto de Alexandre Alves Costa, Luis Urbano e Sérgio Fernandez o Mosteiro conta com um prédio novo (foto 1) paralelo à igreja antiga onde ficam situados a entrada, a área expositiva, banheiros, café e administração. Os acessos são feitos por rampas de concreto e passarelas de deck de madeira elevadas do solo que conduzem o visitante por um circuito à ser seguido (foto 2).
Dentro da igreja foi instalado um piso elevado de aço cortem (foto 3) que proporciona a colocação de rampas de acesso e equipamentos de iluminação sem nunca interferir na construção original.
No pátio escavado ao lado da igreja estão as instalações do antigo clausto e pátios. (foto 4)
Quero projetar como Chico escreve. Que sempre quis cantar como Oscar projeta.
A casa do Oscar era o sonho da família. Havia o terreno para os lados da Iguatemi, havia o anteprojeto, presente do próprio, havia a promessa de que um belo dia iríamos morar na casa do Oscar. Cresci cheio de impaciência porque meu pai, embora fosse dono do Museu do Ipiranga, nunca juntava dinheiro para construir a casa do Oscar.
Mais tarde, num aperto, em vez de vender o museu com os cacarecos dentro, papai vendeu o terreno da Iguatemi. Desse modo a casa do Oscar, antes de existir, foi demolida. Ou ficou intacta, suspensa no ar, como a casa no beco de Manuel Bandeira.
Senti-me traído, tornei-me um rebelde, insultei meu pai, ergui o braço contra minha mãe e sai batendo a porta da nossa casa velha e normanda: só volto para casa quando for a casa do Oscar! Pois bem, internaram-me num ginásio em Cataguazes, projeto do Oscar.
Vivi seis meses naquale casarão do Oscar, achei pouco, decidi-me a ser Oscar eu mesmo. Regressei a São Paulo, estudei geometria descritiva, passei no vestibular e fui o pior aluno da classe. Mas ao professor de topografia, que me reprovou no exame oral, respondi calado: lá em casa tenho um canudo com a casa do Oscar.
Depois larguei a arquitetura e virei aprendiz de Tom Jobim. Quando a minha música sai boa, penso que parece música do Tom Jobim. Música do Tom, na minha cabeça, é a casa do Oscar.
O Instituto Tomie Ohtake receberá, de quinta, dia 28 de junho a domingo, dia 01 de julho, a exposição Croquis em Guardanapo. Os arquitetos Álvaro Puntoni, Angelo Bucci, Antônio Malícia, Artur Katchborian, Carlos Bratke, Cláudio Libeskind, Décio Tozzi, Edson Elito, Eduardo de Almeida, Eduardo Longo, Fernando Brandão, Fernando Forte, Francisco Fanucci, Francisco Spadoni, Gian Carlo Gasperini, Gianfranco Vannucchi, Gilberto Belleza, Gustavo Cedroni, Gustavo Penna, Hector Vigliecca, José Ricardo Basiches, José Tabith, Lourenço Gimenes, Luiz Felipe Aflalo, Luiz Fernando Rocco, Marcelo Ferraz, Marcelo Morettin, Marcio Kogan, Marcos Acayaba, Marcos Aldrighi, Marcos Boldarini, Mário Biselli, Mario Figueiroa, Martin Corullon, Maurício Mendonça, Mauro Munhoz, Renato Dal Pian, Roberto Aflalo, Roberto Loeb, Rodrigo Marcondes Ferraz, Rogério Batagliesi, Ruy Ohtake, Sidônio Porto, Siegbert Zanettini e Vinicius Andrade nos apresentação seus pensamentos rápidos em guardanapos de botecos, aqueles mesmos que muitas vezes sacamos uma caneta para explicar para o amigo as agruras e conquistas que só o próximo projeto nos proporciona.
A cidade como lugar habitado não estaria vinculada à acepção do espaço genérico, sem forma, sem dono, inóspito, indeterminado. Seria o lugar da unidade na diversidade, abrigo de uma pluralidade de identidades só possível de ser imaginado através da superação da diversidade dos habitantes em favor desta unidade: a cidade como abrigo da humanidade. A noção de casa como lugar identitário poderia se vincular àideia de habitar a cidade, já que o termo habitar está a ela fortemente ligado; a casa como símbolo do abrigo, da proteção, formada a partir dos desejos do habitante. E foram 6 anos, de 1973 a 1979, que Eduardo Longo desenvolveu seu trabalho de pesquisa sui generis sobre o exercício de pensar o morar em uma cidade.